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quinta-feira, 8 de abril de 2010

 Cabeça de CuiaContam que Crispim era um pescador que vivia da pesca nas águas do Rio Parnaíba e hatitava as suas margens, nas imediações em que o rio recebe as águas do Rio Poti, na zona norte de Teresina. Morava com a mãe já velha e adoentada.
Certa vez, depois de passar um dia inteiro sem nada conseguir pescar, Crispim volta para casa cheio de frustração e revolta. Pede à mãe alguma coisa para comer e esta lhe serve o que pode: uma rala sopa de osso. Irritado, Crispim grita que aquilo é comida para cachorro e, em seguinda, pega o osso e parte para cima da mãe, atingindo-a várias vezes.
Desesperado, o pescador sai correndo porta afora e joga-se nas águas do rio, enquanto a mãe, agonizando, lança-lhe uma maldição: haveria de se transformar num terrível monstro, que só descansaria quando lhe forem sacrificadas 7 virgens chamadas Maria.
Crispim vira o Cabeça-de-Cuia, que surge do fundo das águas para assustar as lavadeiras e ameaçar os pescadores que pesquem em excesso, além do que precisam. Dizem que, durante a noite, o Cabeça-de-Cuia se transforma num velho e sai vagando pelas ruas de Teresina.

• Num-se-pode
É uma lenda tipicamente Teresinense. Conta a história de uma linda mulher que, tarde da noite, aparecia na Praça Saraiva ostentando sua beleza debaixo de um dos lampiões ali existentes.
Movidos por aquela bele aparição, os homens se aproximavam para conversar, ou quem sabe, aventurar mais uma conquista. Ao chegarem perto, a linda mulher pedia-os cigarro, e quando recebia começava a crescer, crescer, até atingir o topo do lampião de gás e nele acender o cigarro. Enquanto crescia, ela repetia: "num-se-pode, num-se-pode, num-se-pode,..."

• A porca do dente de ouroDiz a lenda que uma moça travara uma briga sem cabimento com sua mãe, dando-lhe uma bruta dentada. Desde então, vivia trancada no quarto, só via sua mãe que lhe levava a comida. À meia-noite transformavava-se em porca e saia pelos subúrbios assombrando as pessoas por ser provida de uma tromba crescida e coberta de uma coisa brilhosa de onde saía uma ponta saliente como se fosse um monstruoso dente de ouro.
• MiridamEra a mais bela jovem da tribo dos Acaraós. Como sua mãe não resolvia dar-lhe em casamento a nenhum jovem do lugar, ela manteve um amor proibido, às escondidas de todos. Não sabendo como esconder o filho desse amor, colocou-o num tacho e soltou a pobre criança nas águas do rio Paraim. As águas do rio se transformaram num imenso lago. É hoje a chamada lagoa de Parnaguá, localizada no sul do Piauí.
A mãe-d'água recolheu e criou a criança e jogou uma maldição na desditosa mãe. Dizem que ainda hoje o filho da mãe-d'água aparece na superfície da lagoa. Ninguém conseguiu até agora desencantá-lo e ele continua aparecendo, já velho, de barbas brandas à luz do luar, ou douradas ao entardecer. Dizem, também, que ele aparece como criança nas primeiras horas da manhã. À tarde se torna adulto e à noite é um velho de barbas brancas. Existe, ainda, uma variante desta lenda com o nome de Barba-ruiva.

• ZabelêEra a filha do chefe da tribo dos Amanajós. Ela amava Metara, índio da tribo dos Pimenteiras, terríveis inimigos dos Amanajós. Zabelê e Metara se encontravam secretamente. Mas Mandaú desconfiou daquelas andanças. É que ele vivia magoado com Zabelê, porque se via preterido por um inimigo e nunca conseguia que seu amor fosse correspondido. Mandaú descobriu o local do encontro dos dois. Certa vez resolveu levar algumas testemunhas para desmascarar Zabelê. Os dois amantes foram surpreendidos, surgindo uma briga generalizada. Depois de tanta luta, morrem Zabelê, Metara e Mandaú. O fato deu origem a outra guerra que durou sete sóis e sete luas. Mas Tupã teve pena dos dois amantes e resolveu transformá-los em duas aves que andam sempre juntas e cantam tristemente ao entardecer. Mandaú foi castigado e transformado num gato maracajá, que anda sempre perseguido pelos caçadores (por causa do valor da sua pele). Zabelê vive cantando ainda hoje a tristeza do seu amor infeliz.


Fonte: SEMDEC/PMT
Data: 16/7/2008

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