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segunda-feira, 5 de julho de 2010



RAMSÉS RAMOS
(1962-1998)


Nasceu em Teresina, Piauí, descendente de família de músicos. Viveu em Brasília e trabalhou nas Nações Unidas, como chefe do Cerimonial e de Relações Internacionais. Viveu também na Tchecoeslováquia e na Espanha. Faleceu na Rússia.

Lançou seis livros de poesia:  Dois Gumes (1981), com Rosário Miranda; Envelope de Poesia (coletivo); Dança do Caos (1981), com Kenard Kruel, Eduardo Lopes, William Melo Soares e Zé Magão; Percurso do Verbo (1987); Baião de Todos (coletivo, 1996); e Poemas da Paixão (Praga, 1992). 


saudade me botou na parede

— há de chorar

mas eu sei que a rede
em que me reparto
é um banquete raro
tanto fino quanto farto

saudade triscou no gatilho
— impossível não prantear

mas eu sinto que o ato
entre o partir e o ficar
é o fico, não o parto


sete pecados do amor

o melhor amor é o que não faz alarde
(mar como arde)
ao melhor amor nunca se esquece
(mas quem merece?)
melhor amor sempre tem dinheiro
(onde, o banqueiro?)
o melhor amor é desinteressado
(todo mundo é culpado!)
melhor amor jamais atraiçoa
(desse se caçoa)
o melhor amor te amará eternamente
(quanto se mente!)
o melhor amor, enfim, de tudo abdica
(esse, com quem fica?)



Poemas extraídos de
TAVARES, Zózimo.  Sociedade dos Poetas Trágicos. Vida e obra de 10 poetas piauienses que morreram jovens.  2 ed.  Teresina, Piauí: Gráfica do Povo, 2004.

e també do site; http://www.antoniomiranda.com.br


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