Pesquisar este blog

quarta-feira, 1 de outubro de 2008


Delta do Parnaíba
Antes da chegada dos colonizadores, a região do Delta do Parnaíba era ocupada por índios Tremembés. Os índios eram grandes nadadores conhecidos como “peixes nacionais”. Entre os anos de 1571 e 1614, uma série de excursões chegaram ao local, atraídas pelas notícias da grandiosidade do rio que cortava a região. Eram navegadores, aventureiros, jesuítas e pesquisadores que desbravavam a região muito antes dos bandeirantes.

Um desses navegadores, Nicolau Resende, naufragou na foz do rio e perdeu toneladas de ouro, o que o levou a passar cerca de 16 anos na região em busca de seu tesouro. A descoberta do Delta do Parnaiba, o único em mar aberto das Américas, é atribuida a ele.

Na época, por causa da Carta Régia de 1701 que só permitia a criação de gado a uma distância de 10 léguas do litoral, a economia da futura província do Piauí era interiorizada, uma vez que a pecuária era sua base. Além disso, essa determinação obrigou comerciantes e contrabandistas a usarem o Rio Parnaíba como via transportadora, já que era impraticável o trajeto terrestre.

Por isso, foi criado um entreposto para a guarda de animais e acondicionamento da carne bovina. A esse local foi dado o nome de Porto Salgado ou das Barcas, que acabou propiciando o desenvolvimento de uma indústria charqueadora na região e de um dos núcleos que deram origem a cidade de Parnaíba.

O outro núcleo gerador da cidade foi o arraial Testa Branca, que anteriormente era uma fazenda de gado que não oferecia chances de desenvolvimento. Em 20 de setembro de 1759, João Pereira Caldas, o então governador da província do Piauí, fundou a Vila de São José da Parnaíba e misteriosamente escolheu como sede o arraial Testa Branca, com a promessa, nunca cumprida, de que fossem construídas 59 casas o que acabou gerando insatisfação nas comunidades adjacentes do Porto das Barcas.

Em 1769, a Câmara instalada na região portuária que administrava a vila proibiu a construção de novas edificações em Testa Branca e no ano seguinte, o governador Gonçalo Botelho de Castro, transferiu definitivamente a sede para o porto. Foi também em 1770 que foi iniciada a construção da igreja de Nossa Senhora da Graça, hoje uma das poucas catedrais em estilo barroco do Estado.

Com o passar do tempo, a vila ganhou destaque, desenvolveu-se, tornou-se um centro de difusão de cultura e de novas idéias por concentrar uma elite intelectual que começava a querer intervir na política nacional. Por vezes, as notícias chegavam antes na vila do que na capital e foi neste contexto que Simplício Dias da Silva, rico fazendeiro e homem de prestígio, no dia 19 de outubro de 1822, proclamou adesão da vila a independência da colônia. Por ter sido a primeira Vila do Norte do Brasil a proclamar a Independência, Parnaíba foi agraciada pelo Imperador Dom Pedro I, com o título de A Metrópole das Províncias do Norte e Simplício Dias da Silva convidado a ser o primeiro presidente da Província do Piauí.

Prevendo que o movimento da independência poderia fazer Portugal perder sua mais rica colônia, o monarca mandou o general Fidié e suas tropas para Oeiras para conter tal movimento e caso contrário pelo menos preservar o Norte da colônia. Quando as notícias de que a independência tinha sido proclamada no litoral do Piauí chegaram à capital, Fidié e suas tropas deslocaram-se para a vila de São José da Parnaíba, mas ao chegar os revoltosos haviam se refugiado nas cidades vizinhas e Oeiras agora era quem declarava sua independência.

No percurso de volta a Oeiras, as tropas portuguesas foram surpreendidas com populares armados de pedras e paus em Campo Maior, episódio conhecido como a Batalha do Jenipapo. Fidié apesar de ter ganho a batalha, tinha suas tropas enfraquecidas e em vez de ir a Oeiras, foi a Caxias para poder reorganizá-las. Quando chegou nesta cidade, foi cercado por tropas a favor da independência e teve que se render. No dia 19 de outubro, comemora-se o Dia do Piauí.

Nenhum comentário: