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sexta-feira, 17 de outubro de 2008




Tacarijus – Habitavam a serra da Ibiapaba, de onde passaram ao pactue. Eram originários do Rio Grande do Norte.

Tapacoás – sub-ramo dos Acaroás, como se vê do relatório da junta governativa de 1775. Por vezes vinham ao S. do Piauí (Parnaguá). Destroçados numa noite de Maio de 1788por uma tropa de 60 homens. Junto dom os Tapacoás mirins sublevaram-se em 1793 nos campos de Parnaguá. Batidos pelo cap. Manuel Ribeiro Soares fugiram para Goiás de onde eram originários. Em 1797 voltaram a ameaçar as fazendas de Parnaguá e Jerumenha, sendo desbaratados por João do Rego Castelo Branco. Pacificados no governo de Carlos César Burlamaqui (1808), atraves de nova expedição sob o comando do cap. José da Cunha Lustosa, auxiliado por Luiz Antonio de Freitas.

Tapuias – Etônimo brasílico. Tapúia significando TÁ – povo e puía ou pui – livre. Era a designação dada pelos Tupis aos indígenas inimigos.

Timbiras – Em 13-7-1728 “fizeram incursão em terras do pactue, na altura do arraial dos Ávila (Jerumenha), então completamente abandonados por ordem do vice-rei do Brasil. Ateiam fogo às rancharias, rústicas palhoças que serviam de abrigo à indiada da casa da torre, e vão ate a fazenda lagoa, 12 léguas adiante, onde fazem depredações e até mesmo homicídio” (Odilon Nunes). EM 1771 João do Rego Castelo Branco, se autorização pra guerra ofensiva, persegue-os, prende mais de 120 e os remete para Oeiras (São João de Sende). Uma leva desses índios, apreendidos por Felix do Rego Castelo Branco em terras de Goiás, foi enviada ao governador geral do Maranhão e Piauí (criado em 1772).
Tremembés – Índios do litoral. De nação Tupi (schwennhagene Abdias Neves) ou Tapuis (Martim Soares Moreno e Odilon Nunes), do ramo Cariri, e que transmitiram o nome de seu grupo ao rio que dominavam em seu curso inferior (rio grande dos tapuias) Abdias da costa neves os classificou em três ramos: Crateús, Potis e Aranis o que já se comprovou para os dois primeiros. Martim soares moreno, que conhecia muito bem a língua tupi, quando anuncia (1613) a paz que fizera com esses índios, diz que eles são Tapuias. Consignados nos primeiros documentos referentes ao N do Brasil, ocuparam por dilatados anos o delta do parnaiba e grande parte do litoral do Maranhão e ceará. Uma das cinco tribos que, efetivamente, habitaram o Piauí. Desde o século XVI mantinham contatos com os brancos. Acolheram Nicolau de Resende em 1571. Recebiam de tribos aliadas e parentes do interior bálsamos (âmbar) e madeiras de lei que trocavam por produtos europeus, especialmente ferramentas e bebidas, com traficantes estrangeiros que buscavam a costa. Mantiveram contato com os franceses do Maranhão e com os holandeses. Jerônimo de Albuquerque maranhão, governador do maranhão (1616), entra em atrito com os jesuítas com o propósito da escravidão desses índios sob o pretexto de que seus soldados fugitivos, que seguiram por terra para Pernambuco, haviam sido devorados pelos silvícolas; promoveu guerra contra os mesmos. Posteriormente ficou provado que os desertores chegaram vivos a Pernambuco. Combatidos em abril de 1679 pela expedição de Vidal Maciel parente ao rio parnaiba. De uma tribo de mais de 300, a maior parte foi dizimada só restando 30 deles. Em 1697 o pe.Miguel carvalho os dizia em paz com os brancos e em 1704 esteve em Lisboa tratando de interesses desse gentio. Rebelaram-se em 1712. Em correrias atravessam o parnaiba e atacam criadores do maranhão. Em 1713 estavam associados à acriús e guanacences contra o domínio português. Os rebeldes Anacés, índio de corso, atacam parnaiba, onde faziam grandes estragos. Nessa ocasião morreu o mestre de campo Antonio da cunha Souto maior. O pe. João Tavares, jesuíta, os aldeou de inicio nas praias de lençóis e Tutóia, como os índios a designavam. A provisão que o credenciava para tal é de 24-4-1723. Foi missionário nessa aldeia o pe.Carlos pereira, depois vice-provincial do maranhão e reitor do colégio de são Luis. A igreja deles esteve encoberta por 50 anos na areia. Sua aldeia ainda existia em 1745, sob a jurisdição de Pernambuco. Talvez desaparecidos logo a expulsão dos jesuítas. Em 1759 estavam em Tutóia (MA), onde eram os mais figurados, valentes e prestimosos índios daquela capitania. O pe. João Tavares pediu e obteve para eles duas léguas de terras na ilha do cajueiro, hoje chamada caju, na foz do rio parnaiba, a qual lhes foi conferida por carta de doação passada em 21-4-1727, pelo governador do maranhão, em nome de quem foram concedidas às terras. Provisão de 25-1-1728, do conselho ultramarinho, dirigida ao governador do estado do maranhão, ordena-lhe defender as aldeias dos índios dessa nação de toda violência e perturbações e os conservasse nas suas terras, fazendo toda diligencia para prender os malfeitores que as danificavam. Essa provisão foi expedida em face da representação feita rei pelo pe.João Tavares. Quem os perturbava era os irmãos João, Jose e Manuel Lopes, e seu primo Manuel da rocha, alem de Dionísio pereira, que viera foragido de Jaguaribe (CE) por mortes e crimes. A provisão mandava acabar com os currais e gado que tivessem colocado naquelas terras, bem como prende-los e manda-los para Angola. Provisão de 21-81741 ao ouvidor do maranhão manda proceder à medição dessas terras, atendendo ao que pediram os padres jesuítas. Posteriormente a ilha passou a pertencer à família Mendonça Clark que nela desenvolve projetos agropecuários e turísticos.

Dicionário histórico e geográfico do estado do Piauí - Cláudio Bastos

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