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terça-feira, 14 de outubro de 2008

um pouco sobre Domingos jorge velho



Durante o século XVII, muitos foram os bandeirantes paulistas que andaram pelo Nordeste no encalço de índios para o trabalho na lavoura. O que mais se destacou entre eles foi Domingos Jorge Velho, nascido na vila de Parnaíba (São Paulo), em 1614. For volta de 1670, encontrava-se no Nordeste, quando foi convidado por Francisco Garcia d'Ávila, proprietário da Casa da Torre, na Bahia, para esmagar os índios da região do rio São Francisco. O objetivo dessa campanha era estabelecer estâncias de criação de gado naquela área, atividade que também atraía o interesse do bandeirante. Domingos Jorge Velho chegou mesmo a ter uma fazenda de gado no oeste de Pemambuco, onde fundou a povoação de Sobrado. Entre 1674 e 1680, acompanhou Domingos Afonso, conhecido como Sertão, em uma expedição que explorou o Piauí, percorrendo depois o Maranhão e o Ceará, onde realizou ações de extermínio dos índios ainda não submetidos ao domínio do homem branco. Foi a partir dessa expedição que começou a ocupação do Piauí. Vieram depois colonos e gado que, atravessando a fronteira de Pernambuco e da Bahia, penetraram na região. Assim, a corrente de povoamento que colonizou o Piauí partiu do sertão para o litoral, ao contrário do que aconteceu em outras áreas. Isso explica por que a forma geográfica desse Estado apresenta-se mais larga no interior do que na costa litorânea. Em 1685, o governador de Pernambuco, João da Cunha Souto Maior, convocou Domingos jorge Velho para combater os negros do quilombo de Palmares, no sertão de Alagoas. Mas foi só a partir de 1692 que o bandeirante moveu a guerra contra os escravos rebeldes. Em novembro de 1695, Palmares havia deixado de existir e Domingos Jorge Velho lançava-se a novas aventuras. Em 1697, o bispo de Pemambuco escrevia sobre ele: "Este homem é um dos maiores selvagens com que tenho topado (...) tendo sido sua vida, (...) até o presente, andar metido pelos matos à caça de índios, e de índias, estas para o exercício das suas torpezas, e aqueles para o granjeio de seus interesses". Domingos Jorge Velho morreu em 1703, na Paraíba, sem nunca ter voltado à capitania natal.

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